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A Respiração Curadora 1:4:2

Sétimo Mundo do Buddhismo Chan
por Ming Zhen (Chuan Yuan) Shakya
Adaptação de Yao Sheng do Capítulo 10 do livro

    A estrada tem duas regras apenas: Comece e Continue.

         -- Christmas Humphreys

  Nas religiões orientais o controle da respiração a primeira tarefa do iniciante. A maioria das teorias  oferecidas para suportar esta necessidade imediata de regular a respiração são do tipo pseudocientífico: força do "prana", "qi", ou "chi", que são consideradas positivas, masculinas e solares, são ditas presentes no ar. Técnicas de respiração são então projetadas para ajudar o corpo a absorver, circular e armazenar estas forças. Se essas teorias podem ou não passar por uma rigorosa verificação científica não é importante. O fato é que sistemas inteiros de yoga requerem a visualização precisa dessas 'forças' e que por mais estranhas que tais explicações possam ser, devem ser consideradas verdade literal e a elas deve ser dado total crédito.

  Do mesmo modo, quaisquer instruções dadas em livro ou por um mestre devem ser aceitas sem muita análise. É sempre um engano intelectualizar aquilo que só pode ser adquirido intuitivamente. É um engano porque o que passa por idôneo ceticismo normalmente não é mais que uma tentativa destrutiva do ego de sabotar uma prática.

  Há, no entanto, considerações fisiológicas que, quando entendidas apenas de maneira rudimentar, podem influenciar a maneira como uma pessoa aprecia as regras. Vamos considerar as seguintes:

  Todas as práticas meditativas tentam conseguir três níveis de elevada consciência: concentração, meditação e samadhi. Todos os três estados requerem que o ego seja deixado para trás.

  Quando nos concentramos, perdemos a noção do tempo e de nós mesmos. Há apenas o problema ou a música ou o drama - seja lá  que for em que nos estamos concentrando.

  A meditação é definida como um estado onde o ego é transcendido; e isso significa que no estado meditativo não pode haver pensamentos de eu, mim ou meu. Quando meditamos, todas as condições da concentração são obtidas, mas em adição, certas áreas de nosso cérebro são estimuladas, e ao final da meditação experimentamos euforia. Acredita-se que estas áreas existem principalmente no lado não-verbal, não-discursivo do cérebro, o lado que processa padrões, ritmos, formas e cores. Assim, a maioria das técnicas meditativas usa yantras e mantras - imagens geométricas coloridas ou repetidas expressões. Se estamos meditando numa rosa, i. e., mentalmente reconstruindo a experi6encia de uma rosa - sua textura, cheiro, cor, partes físicas, etc, a rosa repentinamente pasará a brilhar em nossas mentes e a euforia que acompanha esta visão da rosa "Ideal" nos convencerá de que vimos a perfeição. A meditação produz um estado de espírito de alegria e excitação que dura indefinidamente... Dias ou semanas. O mundo parece tão perfeito e maravilhoso como a rosa. Este estado de apreciação sem-ego de tudo é chamado de Kensho.

  Samadhi é êxtase; a chamada União Divina. É um altíssimo estado de consciência.

  Agora, do mesmo modo que o cérebro tem duas metades bastante independentes, o sistema nervoso autônomo do corpo também é dividido em dois: o sistema simpático - que é ativado em resposta ao medo e à dor, e entra em ação também quando estamos na situação onde é necessário "correr ou lutar", quando corremos algum risco. A adrenalina sendo seu principal mensageiro, o corpo é informado por batimentos cardíacos mais rápidos, aumento da pressão arterial e a boca torna-se seca. (Pense em se preparar para falar diante de uma platéia... O coração dispara e, na repentina ausência de saliva, os lábios colam nos dentes.)

  O sistema nervoso parassimpático, por outro lado, entra em cena durante o relaxamento e preparação para alimentação. O batimento cardíaco diminui de ritmo, cai a pressão arterial e a boca saliva muito.

  Dor física ou qualquer estado de medo ativarão o sistema simpático... A direção oposta à que o buscador do Samadhi quer ir. O meditador precisa do sistema nervoso parassimpático pare entrar em um estado de êxtase. Assim, dor física ou qualquer medos devem ser evitados. respirar pesadamente por falta de fôlego ou sufocação indizurão uma resposta de pânico. Sentar em posturas dolorosas ou técnicas impróprias de respiração são,então, destrutivas para a prática de meditação.

  Zen-Buddhistas regulam a respiração, fazendo que fique mais e mais sutil, diminuindo-a gradualmente; mas sempre, o meditador permanece no controle.

  Novamente, a meditação requer que o ego seja deixado para trás. Infelizmente, não há nada no mundo que um ego goste menos que ser deixado para trás. Consequentemente, sempre que uma pessoa tenta seguir instruções e não é recompensada com suceso instantâneo, ou quando a execução de seu programa se torna tediosa ou inconveniente e ela poderia estar em qualquer outro lugar que não a almofada de meditação, seu ego criará uma intrusão analítica na prática. Ele forma opiniões sobre as instruções dadas. Questiona a necessidade de aderir tão rigidamente às regras. Não pode ver que diferença faria se alterasse alguns pontos ou requisitos. Que mal poderiam pequenas variações fazer? Isto, pensa, é meditação... Não cirurgia cerebral...

  Amigos ou instruções de outros livros completarão a destruição. Lhe assegurarão que há técnicas superiores àquela que está usando. Testemunhos serão oferecidos sore a eficácia de cada prática exceto, é claro, aquela que foi dada especificamente para ele. Questões sobre ortodoxia são levantadas. Seria o que ele está fazendo uma prática autêntica ou legal do Chan ou Zen? O Mestre Fulano de Tal do Templo Tal dá uma prática totalmente diferente aos seus novos discípulos... E o Mestre Fulano de Tal deve saber o que é melhor. E assim vai. O iniciante é assaltado com todos os tipos de conselho de pessoas cujo mais alto estado de consciência foi experimentado na cadeira de um dentista. O iniciante, ávido por sucesso, sabe não chegou a qualquer lugar nos primeiros vinte minutos  que dedicou à prática e assim ele está propício a mudanças. A prática dada a ele, sendo debilitada pela ignorância e dúvida, colapsa. Todas as outras práticas vão falhar do mesmo modo, a falha estando no indivíduo e não nas técnicas.

  Poderíamos ter dado como prática inicial de meditação qualquer uma de uma dúzia de diferentes exercícios. Todos seriam igualmente bons. Mas começaremos com a Respiração Curadora 1:4:2. Este é o exercício que foi dado e este é o que deve ser dominado. Independente de quão difícil pareça deve ser o único objetivo. Não pode haver ecleticismo. Não tomamos parte de um exercício e o colamos em parte de outro para formar um terceiro, aceitável. Nem trabalhamos simultaneamente em outra prática. E certamente não nos contentamos com sucesso parcial. A prática deve ser realizada precisamente, completamente, e exclusivamente. A técnica deve ser dominada, ou seja, feita com perfeição. E nenhum outro exercício de meditação deve ser tentado antes que este seja feito com absoluta perfeição.

  Todas as instruções no Buddhismo são lições de humildade. É o ego que nos põe em dificuldade e é o ego que nos mantém lá. Não podemos nos dizer discípulos se não conseguirmos demonstrar nem o menor sinal de disciplina.

  Como este exercício envolve o controle da respiração, uma pessoa deve ser cuidadosa ao seguir as instruções. Um médico deve sempre ser consultado antes de iniciar qualquer prática de yoga ou meditação. Para pessoas que tendem a hiperventilar ou com problemas respiratórios, estes exercícios podem causar danos. Mesmo pessoas normais e saudáveis podem às vezes sentir tontura ou desmaiar. Ao menor sinal de tais problemas, o exercício deve ser descontinuado e só se deve voltar a ele vagarosamente, com muito cuidado, e com a aprovação de um médico.

Primeira Prática. A Respiração Curadora 1:4:2

  O primeiro exercício é o controle da respiração 1:4:2, chamado de "Respiração Curadora".

  Como o valor da razão não muda se os termos forem todos multiplicados pelo mesmo número, multiplicaremos 1:4:2 por 4, obtendo 4:16:8.

  Em um lugar tranquilo com o mínimo de distrações, começe sentando-se de forma ereta mas relaxada na posição de lótus completo (veja instruções abaixo). Se lótus completo não puder ser alcançado facilmente, meio-lótus ou qualquer postura que não desintegre em uma posição desleixadamente torta servirá.

  Se possível, acenda incenso que tenha uma fragrância agradável mas sutil. (Incensos baratos dão uma boa dor de cabeça. Os melhores lugares para comprar incenso são lojas de artigos orientais e lojas de livros e artigos religiosos.)

  Gentilmente fechando os olhos, repita om mantra ou prece de uma linha três vezes. Qualquer coisa simples servirá. "Senhor, me ajude a Te conhecer", "Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim", "Não há Deus senão Alá", "Eu tomo refúgio no Buddha", "Om".

  Comece o exercício retirando todo o ar dos pulmões. Isso é conseguido ao se contrair devagar os músculos abdominais. Enquanto esvazia os pulmões, imagine que está pressionando seu umbigo contra a coluna vertebral.

  1.  Comece o ciclo respiratório inalando enquanto conta até 4. Cada número contado deve marcar um segundo. Imagine que seu corpo é um fole Seu nariz é o bocal e seu abdomen e espinha são as alças. Para encher o fole completamente é necessário separar as alças Assim, você empurra o abdômen para fora enquanto inala. Tente não fazer absolutamente nenhum som enquanto faz isso. Enquanto inalar, seus ombros devem querer levantar, os músculos ficarão tensos (esticados) devido à exagerada quantidade de ar nos pulmões.

  2. Retenha o ar nos pulmões contando até 16. (16 segundos).

  3. Expire em duas partes. Primeiro, contando até quatro, simplesmente deixe o ar sair dos pulmões sem esforço emquanto seus ombros relaxam e voltam para baixo. Depois, conatndo até quatro, contrais todos os músculos do abdômen forçando para fora todo o ar restante - como se fechando o fole. Ao expirar, imagine que há uma pequena pluma a algumas polegadas à frente de seu nariz. Sua expiração deve ser tão fina que não faça a pena mexer.

  4. Imediatamente repita o ciclo, inalando enquanto conta até quatro.

  Algumas pessoas acham mais fácil contar usando palavras estrangeiras sem familiaridade no lado esquerdo do cérebro. As palavras Hindus Puraka (enchendo), Kumbhaka (pote cheio) e Rechaka (esvaziando) ou as palavras japonesas hitotsu (um), futatsu (dois) e mittsu (três) podem ser usadas com batidas adicionais. Em outras palavras, a contagem até quatro na inalação seria Pu - ra - ka - dum.

  Depois de dez ciclos o exercício está terminado. Apesar de não se dever tentar outras formas de meditação enquanto não se dominar a Respiração Curadora, Hatha Yoga ou Tai Ji Quan são definitivamente benéficos... Desde que você não "pratique como se demonstrando"  os exercícios, como se tivesse uma platéia apreciando. Resumindo, seu ego não pode ganhar o direito de se intrometer no processo.

  Segurar o fôlego por dezesseis segundos pode ser difícil para algumas pessoas. Assim, se você não conseguir segurar o fôlego ao contar até dezesseis, pode tentar segurar por 12 e quando conseguir isso com facilidade, tentar alcançar dezesseis.

  Sua atitude deve sempre ser a de que você tem o resto da vida para dominar o exercício. A Respiração Curadora é mais que um exercício preliminar. É uma técnica válida de meditação por si mesma. Assim, não há motivo para ter pressa para dominá-lo. Depois que uma pessoa domina um nível, simplesmente multiplica a proporção para aumentar a dificuldade. Então, para que correr?

 As pessoas que não têem dificuldade em fazer o exercício nõa precisam se limitar a dez ciclos. O que é importante é a perfeição da prática, ao fazer a respiração tãosutil e os movimentos do corpo tão imperceptíveis que alguém sentado ao por perto não teria certeza se está perto de um manequim ou um ser humano.

A Postura de Lótus

  A postura de lótus é difícil. Se você não sabe como ficar nela, as instruções a seguir podem ajudar:

  1. Sente em uma almofada ou travesseiro pequeno, razoavelmente duro, um que eleva o osso da base da espinha algumas polegadas.  Isto permite uma postura de "três pontos", onde o peso do corpo fica distribuído entre a coluna e os joelhos. Esta postura é mais fácil de manter que a versão Indiana tradicional de sentar em lótus em uma superfície plana (sem almofada). Sente apenas na beirada da almofada.

  2. Empurre as costas para a frente o máximo que puder. O peito deve ser inclinado bem à frente. Isto muda o eixo pélvico para um ângulo mais favorável.

  3. Ponha o tornozelo direito sobre a coxa esquerda. (As coxas e joelhos deve apontar para a frente, não para fora como em outras variantes da postura de lótus). O joelho direito deve tocar o chão. Não continue até que o joelho direito esteja devidamente colocado no chão, pronto para aguentar seu peso.

  4. Dobre a perna esquerda, trazendo o pé para o joelho direito. Segure o pé e com cuidado o puxe para acima do joelho direito. Tenha o cuidado de não usar força demais. Comece a contar. Inicialmente, haverá uma quantidade natural de dor associada com a posição. Quando a dor for muito grande, empurre com cuidado o pé esquerdo. Se na segunda a contagem chegou a três, tente conseguir quatro na terça e cinco na quarta. A articulação do joelho vai aos poucos se soltando. Em algumas semanas, lótus completo pode ser conseguido por cinco minutos ou algo perto disso. Em alguns meses, meia hora pode ser conseguida.

  Claro, assim que for possível sentar confortavelmente em lótus, as costas se relaxam em uma postura ereta mas equilibrada (sem inclinações ou curvas). Deve-se tomar cuidado para não se pender para um lado. As mãos podem simplesmente descansar sobre as coxas ou, palmas para cima, a mão direita pode ficar sobre a esquerda, polegares tocando-se gentilmente. Como aprender a postura de lótus é difícil e cansativo, os esforços para conseguir ficar nela devem ser feitos depois, e não antes de uma sessão de meditação. (A dor ativa o sistema simpático, uma proibição na meditação).

  A postura de lótus é o "assento" tradicional nos zendos japoneses. Nos monastérios Chan chineses, o assento taoísta (meio-lótus) normalmente é usado. Professores na maioria das instituições ocidentais não se importam com o que uma pessoa faz com as pernas, mas são muito meticulosos quanto aos mudras (a posição das mãos), e frequentemente ficam injuriados se as mãos de um devoto não estão de acordo com as especificações. (Tive minhas mãos golpeadas, puxadas e ajustadas em não menos que quatro diferentes salas de meditação). A maior fonte de conflito envolve qual mão fica abaixo da outra: deve a direita ficar sobre a esquerda ou vice versa?

  Livros são sem dúvida uma fonte de confusão. As chapas  fotográficas às vezes são invertidas pela gráfica de modo que as mãos do Buddha ou Bodhisattva apareçam do modo oposto ao que realmente são. As pessoas aprendem por fotografias e acreditam estar duplicando um autêntico mudra.

  Há muitas razões para se colocar a mão direita sobre a esquerda. Primeiro, como evidenciado pela posição 'em guarda' dos artistas marciais, a mão direita, contraída em um punho cerrado (palma para baixo, com polegar e indicador voltados para o peito) representa o poder enquanto a esquerda, ficando aberta, palma para baixo, sobre os nós dos dedos da mutra mão, representa o intelecto. Esta posição significa que o poder da pessoa está governado pelo seu cérebro.

  Quando, no entanto, o guerreiro se torna um suplicante ou devoto, o punho fechado se abre e a palma é voltada para cima mostrando que não é e nem contém uma arma - a razão essencial pela qual nas sociedades ocidentais os homens apertam as mãos direitas quando se cumprimentam. O punho direito, enquanto a mão esquerda ainda está ainda sobre os nós dos dedos, é simplesmente invertido e os dedos gentilmente abertos. Esto significa o estado receptivo da meditação. (Lembre que o poder é feminino e receptivo. No Capítulo 1: Shakti/Shiva - o poder e a lei à qual ele obedece.)

  Segundo, como evidenciado na iconografia Buddhista, os diversos Buddhas associadas aos vários chakras são reconhecidos principalmente pela posição de suas mãos. Os primeiros quatro Dhyani Buddhas - Leste, Sul, Oeste e Norte, são sempre mostrados com a mão esquerda descansando à frente da cintura enquanto a direita faz os quatro mudras básicos: tocando a terra (palma para baixo com os dedos tocando a terra), dando (palma para cimacom unhas tocando a terra). recebendo (palma para cima, sobre a mão esquerda), e tranquilizando (mão levantada, palma voltada para fora).

  O Zen é um ramo do Mahayana, e como Buddhistas Mahayana somos particularmente devotados ao Buddha Amitabha, O de Infinita Luz e Senhor do Oeste, e seu divino fruto (filho/a), o salvador/Bodhisattva Avalokitesvara Guan Yin (Kwannon). Normalmente estes Buddha e Bodhisattva são mostrados com suas mãos no mudra acima - palmas para cima, a mão direita sobre a esquerda.

  Aqueles que ainda assim preferirem colocar a mão esquerda sobre a direita estão livres para fazê-lo.

  De todas as posturas, a de lótus é a mais conduz ao relaxamento. Sua vantagem pode ser a de colocar o peso sobre certos pontos de pressão do corpo, talvez ao longo de meridianos de acupuntura. Endorfinas e outras substâncias químicas são liberadas quando estes pontos são estimulados.

Regras e Cuidados

  Já que a calma é essencial para o sucesso do exercício, cafeína e outros estimulantes devem ser evitados. Se você começa o dia com café ou chá você deve fazer sua prática antes do café da manhã. Se não conseguir, então deve esperar até que o efeito do café tenham passado.

  Certos medicamentos, como antiestamínicos, frequentemente interferem com a habilidade de uma pessoa para se concentrar. Isso deve ser levado em conta antes do início da prática.  

  1. Nunca meditar com o estômago cheio;

  2. Nunca meditar sentindo dor;

  3. Nunca meditar com muita cafeína no sangue (de preferência, não tome cafeína no dia em que quiser meditar). Há cafeína em:

    • Café;
    • Chás preto, mate e de boldo, além de outros;
    • Refrigerantes do tipo "Cola";
    • Relaxantes musculares e outros medicamentos.
  4. Nunca, em hipótese alguma, tente meditar sob efeito de álcool ou quaisquer drogas que alterem o estado de consciência.

Sinais de progresso:

  1. Um sentimento, ao exalar, de um delicado formigamento nos ombros;
  2. Uma inabilidade de manter a contagem direito devido à "queda" em um estado de pacífica vacuidade da mente;
  3. A formação no campo de visão (atrás das pálpebras fechadas) de formas que rodam, ondulam e cuja luz tremula em cinza ou cores iridescentes;
  4. Uma sensação envolvente como se o cérebro quisesse rodar;
  5. Um sentimento de estar suspenso dentro de uma nuvem  ou névoa dourada;
  6. Um lapso num prolongado períodode nenhuma ou quase nenhuma respiração;
  7. O ouvir de sons não usuais como o soar de um gongo, um trovão, zunido ou uma voz autoritária mas gentil que guia e encoraja; (se, no entanto, vozes bravas, argumentativas, ameaçadoras são ouvidas, a prática deve ser descontinuada e não se deve tentar de novo senão na segura presença de um Mestre Chan. Não brinque com isso. Muitas pessoas experimentam alucinações horríveis);
  8. A perda da noção de tempo - uma inabilidade para dizer quanto tempo se passou durante o exercício;
  9. Movimento dos olhos para cima;
  10. Sensação de entorpecimento nas mãos, como se estivesse usando luvas;
  11. Poucas mas extremamente claras figuras (como de uma sala ou paisagem) indo e vindo na consciência;
  12. Um desenho geométrico em cores claras ou em um branco brilhante, fascinante preenchendo o campo de visão (os olhos ainda fechados);
  13. Muita salivação;
  14. Um sentimento de euforia depois do exercício.

  O progresso em uma prática meditativa pode também ser medido por uma dramática queda na tensão nervosa e a habilidade de se livrar de dependência em álcool, tabaco, tranquilizantes ou remédios para dormir.

Uma advertência final

  A prática nunca deve ser discutida com qualquer um. Iniciantes não parecem resistir ao impulso de recomendar sua prática aos outros. A penalidade que pagam por essa falta de disciplina é que eles rapidamente perdem sua habilidade de se concentrar. Tornam-se observadores e comentadores da própria prática. Ao invés de apenas fazer o exercício, assistem a si mesmos fazendo o exercício, pensando em cada passo e julgando sua performance até que caem em um fluxo de consciência e começam a pensar em milhares de coisas. Nesse ponto, a mente pula como um "macaco bêbado" e a prática está arruinada. Pode levar anos de trabalho duro até ganhar novamente a habilidade que foi desperdiçada em alguns minutos de inocente tagarelice. Novamente, nunca discuta uma prática meditativa com qualquer um a não ser um mestre Chan ou um médico.

Variação da Respiração Curadora

  Concluímos este capítulo com uma variação da Respiração Curadora que, apesar de mais avançada, é usada com muitas vantagens junto com a Respiração Curadora. Neste exercício os pulmões são mantidos vazios ao invés de cheios. Normalmente, muitos ciclos da Respiração Curadora são seguidos poe um mesmo número de ciclos da variante.

  Simplesmente exale por 8 segundos, deixe os pulmões vazios por 16 segundos, e inale por 4 segundos e imediatamente repita. Não se esforce demais para manter a proporção. Se não puder manter os pulmões vazios por 16 segundos, reduza para 12, 8, ou mesmo 4 e tente com o tempo chegar a 16, sem espírito de competição.

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Last modified: July 11, 2004
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